quarta-feira, 16 de maio de 2012

Delírios cibernéticos

Delírios cibernéticos
 

Logo após acordar, Ademar dirigiu-se ao computador, sua incorrigível rotina. Queria ver seus emails e conversar no seu msn.
Orkut, blog, skoob, msn. Uma vida virtual completa: amigos, fama, liberdade. Aquilo que não possuía, de fato, em sua vida real.
O mundo aparentava não existir, além daquela tela de cristal liquido, seus amigos o adoravam, seu Orkut estava sempre cheio de recados, nada podia dar errado, nada! Exceto...
Era finalzinho de tarde quando aconteceu. Primeiro, as luzes do quarto piscaram, depois, a rutilancia foi ainda maior e tudo se apagou.
Itaipu havia entrado em colapso, mas ele não sabia. Desconhecia qualquer coisa, estava ali sozinho, no escuro e perdido no mundo real.
Uma... duas horas. O tempo passava devagar demais. Ele, similar a um viciado em cocaína, sentia os sintomas da abstinência.
O esgar de desespero, logo foi substituído pela ansiedade. Quando a ânsia não podia mais ser contida, passou a caminhar ziguezagueando pelo quarto.
Quatro... cinco horas. O terror havia chegado ao seu grau máximo, não havia mais escapatória. Ao abrir a porta, Ademar enfrentou a realidade e desapareceu na mais completa escuridão.
Algumas semanas depois, alguns amigos perguntavam “Onde está o Adê? Nunca mais o vi.”, enquanto outros, desgostosos, respondiam: “ Sei lá, ele nunca mais foi encontrado...”

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