sexta-feira, 1 de junho de 2012

In Medio Umbræ Mortis



In Medio Umbræ Mortis

Entre rosas e crânios, a insólita Morte esperava seu mais ilustre convidado. Seu banquete, serviço com pratos cadavéricos e talheres de ossos banhados a prata, contava com os pratos mais divinos, muito mais saborosos que mel e Ambrósia. Não era um exagero, ela esperava a principal de todas as divindades daquele tempo, o senhor que mais moradores trouxera a seu reino: Yahveh.
No salão principal de sua morada vítrea ela esperou, transtornada com o atraso daquele que nunca dantes houvera em sua morada. Seu irmão jamais a havia visitado anteriormente e talvez agora, só desejasse visita-la pelo erro que sua religião cometera. As protegidas da Morte estavam prestes a morrer nas fogueiras da inquisição.
Deus não deveria se atrasar, mas ele não costuma ir a lugares onde seu poder não é absoluto. Ele abandonara a terra assim que os homens o esqueceram para viver a utopia hedonista de amarem somente a si mesmos. No reino das sombras, seu poder jamais seria maior do que o de Izrail, a própria Morte, por isso ele nunca se atrevera a descer de sua cidadela.
Somente depois que a inquisição capturara as bruxas, um convite celeste chegara. Acusaram-nas de se deitar com o mais poderoso anjo na terra, mas o senhor dos prazeres e desejos, jamais se deitou com uma mulher humana. Seu coração negro e lapidado de mil formas, desejou apenas Izrail como morada, mas a morte não possui coração ou lugar para um em sua forma enevoada.
Trajada de negro ela cantou em sua harpa de cabelos humanos, esperando em vão à chegada daquele por quem ela nutria o ódio mais controverso que alguém poderia sentir. Deus a havia negado o direito de reger as tropas do céu e a lançara rumo ao abismo a que seu amado também fora exilado. Um tartarus chamado Terra.
– Desejas esperar mais um pouco, minha doce dama negra? O céu está rubro com teu aborrecimento, talvez devas dormir por um ou dois milênios e assim esperar hora propicia para o ranger de seus dentes em profusão etérea.
– Nem no mais tardar desejo deletério, eu pararia um segundo para fechar meus olhos para o mundo. Minhas amadas caem em desgraça, às desgraças. A religião de Yahweh chegou ao cumulo de tentar destruir aquelas a quem preso e mil inocentes junto a elas. Não fecharei meus olhos diante de tal coisa e se Ele não aparecer até que minha harpa rompa, então, eu romperei os céus do vale e então será o chão que se colorirá de rubro e castanho.
A serviçal fechou os olhos imaginando a cena. Antes, em seu tempo, Izrail já havia deixado sua morada. Era a guerra de Esparta com a Pérsia, a serviçal era uma das mulheres que caminham com os homens durante as guerras para satisfazê-los, mas quando viu a visão portentosa e divina que era a própria morte, ela aceitou-a de bom grado, indo servir em sua morada.
– Izzabele. – Disse Izrail fazendo um majestoso gesto na direção da jovem. – Sirva o jantar, Nero, Heracles, Herodes e Ermitão desejam comer agora, sinto a fome dos mortos em minha carne. Dê aos meus convidados o alimento, posto que Deus não virá ao vale da morte, porque ele teme o mal.
– “O senhor é meu pastor e nada me faltará e ainda que eu caminhe no vale da sombra da morte, não temerei mal algum.” – Declamou Izzabele em deboche. – Como os homens esperam que um deus vá salva-los de um lugar onde numa pisou? Mais espertos eram os egípcios que adoravam Osíris, um deus que conheceu o reino dos mortos.
– E também adoravam Rá, Isis, Neftis, Seth e muitos outros. Os homens são os animais involutivos mais interessantes que eu conheço. Acreditam que estão sempre evoluindo, mas ao contrario, estão apenas se tornando seres bárbaros e cruéis, ainda pior que os animais que tanto desprezam.
– Os outros deuses adorariam destronar esse farsante e impostor, porque vocês não fazem nada contra Ele?
– Porque não há arma mais poderosa do que a alma humana e sua capacidade de acreditar naquilo que deseja acreditar. Por qual razão haveria de alguém tentar os impedir de crer naquilo que desejam. Cristo veio e falou coisas sobre a vida e o homem e foi este que acabou levando tudo para Deus. Não havia Deus no Cristo original e se havia, não era Yahweh. O garoto era muito melhor do que o pai.
– Mas então não deveriam vocês aparecer e mudar as coisas? Os homens acreditam naquilo que vêem.
– Não seja tola Izzabele, os homens me vêem todos os dias e me tomam como vontade divina. Eles me verão hoje mais uma vez, pela primeira vez como uma vontade divina e eles dirão que foi culpa deles. Não tente os entender, não estás mais com eles há muito tempo. Os homens vêem somente aquilo que acreditam e nem sempre acreditam naquilo que vêem.
– Não sinto falta dos humanos.
– Pois eu sinto falta dos anjos. Dos orbes celestiais que eu comandei um dia. Do poder que advém de grandes feitos, mas um dia subirei aos céus de meu reino e aos céus do reino dos humanos e chegarei a Celestia e forçarei aquele que me expulsou a me oferecer o que me é de direito.
Sentada em seu grande trono ossuário ela cantou a macha fúnebre com a qual foi embalada, enquanto tocava sua harpa de longos cabelos brancos até que estes se romperam todos. Não havia mais escolha nos céus rubros da morte, era hora de partir e voltar a Terra para causar grande furor entre os homens.

***

– Queimem as Bruxas! Queimem as Bruxas!
A multidão de camponeses se mostrava irritadiça com a presença das jovens seminuas e assustadas, queriam vê-las queimar pelo fogo santo que as purificaria, o fogo que salvaria suas almas da corrupção imposta pelo demônio.
Esperando o momento da primeira execução, o Cardeal Petroni olhava para seu principal antagonista, disfarçado de camponês, com um olhar austero e desdenhoso, havia conseguido conduzir sua igreja até esse ponto e dali iria para um futuro ainda mais nefando e cruel.
Vê e trema demônio, vês como tudo que eu fiz foi incitá-los contra ti? Tu não deitaste com as ditas moças, mas elas serão queimadas como prostitutas de Satã. Petroni provocava o camponês com seus pensamentos sórdidos e ensandecidos, sabia que o rapaz podia ouvi-lo, afinal, o camponês era o líder dos exércitos de Lúcifer.
Samael, o demônio, nada respondeu, apenas continuou olhando atônito a multidão que gritava sedenta por sangue. Se aquele era o dito Povo de Deus que pregava igualdade, a paz e o bem, onde estavam essas três premissas naquele gesto tão mesquinho e infame? Matar jovens somente porque elas tinham poderes incompreendidos era algo mais sinistro do que ele próprio poderia tramar.
Ao lado do Cardeal estava o Inquisidor-Mor, Gabriel Dilce, dono de frios olhos azul-celeste e uma face bela, porém impassível. Seu meio sorriso era de escárnio e satisfação, as meretrizes do diabo queimariam pelo fogo da Santa Madre Igreja pela ordem de Deus, e como ele bem sabia, pela ordem direta Dele.
– Não achas meu senhor que é perigoso nos mantermos aqui? Logo Ela descobrirá o que tramamos e virá imediatamente tomar partido de suas protegidas. Não é seguro permanecermos aqui neste antro terreno. – Dirigiu-se Dilce para o Altíssimo que estava ao seu lado.
– Acaso não tens fé? Anjo Gabriel. Tu és um dos quatro arcanjos e eu sou o Senhor Teu Deus, porque achas que o Anjo da Morte poderá contra nós? Mesmo que Samael reaja em favor de sua antiga amante, é tarde demais para ambos agirem.
– Samael, assiste a tudo com a calma maldita das águas do Estige, não creio que fará algo. Mas se o fizer, estamos em uma nada usual desvantagem. Seriam dois dos mais poderosos anjos contra mim, deveríamos ter trazido Miguel.
– E se Miguel ficasse longe dos portões de Celestia, quem protegeria a morada divina? Não Gabriel, O Arcanjo deve continuar onde está, quanto a você, bem cada um há de ter seu tempo em seu destino. Se for destino seu morrer pelas mãos de Izrail, então assim será e tu morreras pela Glória do Teu Senhor.
Gabriel era o arcanjo mensageiro e como tal não possuía realmente a graça de poder sentir medo, mas se pudesse estaria tremendo como uma palmeira em uma tempestade, ele era o mais fraco dos sete arcanjos e Izrail era, já nos tempos imemoriais, inferior em poder somente a Deus. Ela sozinha poderia destruí-lo com um mero sorriso.
Ao olhar nos olhos verdes e irresistíveis de Samael, Gabriel perdeu-se no vão momento da Guerra Santa em que toda a harmonia se perdera. No momento em que Izrail sucumbiu aos braços daquele que ela deveria destruir e por isso a general do exercito celeste desvirtuara-se.
Após a Queda, com o sacrifício de Lúcifer, no paraíso. Samael se tornara o regente do abismo e o principal antagonista do Senhor. Em Inferna ele tramava sua vingança há milênios.
 Mas Izrail, a leal, poderosa e imprevisível Izrail. Expulsa do Alto Reino por ter se apaixonado, permanecera impassível diante de todos os fatos, sem aliar-se a um ou a outro lado. Não possuía de fato um ódio tão poderoso por Deus que a fizesse se voltar contra ele, mas seu amor recluso por Samael a impedia de aliar-se as forças celestes, por todos os milênios que se seguiram até então. A regente do submundo nunca tivera um motivo para escolher entre Inferna ou Celestia, até agora.
– Queimem as Bruxas, Queimem as Bruxas! – A multidão gritava cada vez mais alto, transportando o Inquisidor-Mor de volta a suas principais funções no momento, como Arcanjo regente da terra, e atual inquisidor-mor do Santo Oficio, ele era encarregado de prosseguir com o show de horrores.
– Vós, sob o nome sagrado do Senhor, confessais que dormites com o demônio durante o Sabbath?
– Sim, nos confessamos. – As acusadas de bruxaria choravam enquanto eram arrastadas para mais perto do júri e mais cedo ou mais tarde, da fogueira, mas já não havia escolha, foram torturadas até um ponto em que a morte se tornara mais suportável que o tormento. Talvez elas fossem para uma terra onde a magia e a paz fossem eternas, um lugar de descanso e aprendizado.
– Confessais que seduzistes os homens da vila para que estes participassem de suas orgias com Satã? E que praticastes relações carnais com as bestas da floresta?
– Sim nós confessamos. – Já fracas de tanto chorar e de tantos maus tratos, as vozes saíram sem animo ou vontade, já se sentiam mortas, não importava mais a dor.
– Então que Deus tenha piedade das suas almas. – Gritou o Cardeal Petroni, rindo-se da piada presente na frase.
– Não, por favor. Por favor. – As mais jovens gritavam amedrontadas, com o fôlego retomado pela eminência da dolorosa morte no fogo, mas as mais velhas apenas eram arrastadas como bonecas de pano para o tronco onde seriam amarradas e queimadas.
A multidão gritava extasiada aumentando o coro estridente quando o fogo ergueu-se inexorável sobre as mulheres que também gritavam, mas de dor, desespero e tristeza, logo os gritos das vitimas e da multidão se uniram numa espécie de ritual macabro tão portentoso que poucos perceberam a estranha escuridão gradativa dos céus e a nevoa fria e densa que se fazia sobre os seus pés.
Samael com seus olhos flamejantes foi o primeiro a ver a opulenta figura, ainda mais portentosa que todos os ritos, mais inexorável que o fogo e ainda mais fria que os próprios olhos do Arcanjo Terreno, Izrail sorria ao invadir a terra com seu séqüito de mortos.
Logo a multidão voltou-se para a criatura trajada de nevoa, suas roupas pareciam se desfazer ao vento assim como seus cabelos, aquela mulher fantasmagórica e os seus convivas só poderiam ser monstros sobrenaturais que as bruxas invocaram para assustar a todos ali presentes.
Gabriel fitou Izrail com um esgar que transpassou seus olhos frios e sua natureza angelical, o antigo líder dos exércitos de Deus, agora se tornara algo maior e mais livre do que todos os anjos que já comandou. Talvez até mesmo capaz de enfrentar Yaveh, ali tão longe de Celestia.
Petroni, porém não se assustou com a figura e continuou com seu olhar de desdém e arrogância, não seria um anjo expulso e um bando de fantasmas que faria frente a Deus e seu fiel Guerreiro.
– Yahweh Yehovah, como causastes tanto furor entre os homens contra aquelas que estavam sob minha proteção? Porque te viraste contra mim e contra aqueles que mesmo na escuridão ainda lhe tinham em graças. – A voz gélida e metálica do anjo da morte encheu toda a vila de medo e temor diante da regente do vale das sombras, cujo mal eles sempre temiam, apesar da oração.
– Como ousas falar desta forma diante do seu Senhor? Esqueces de quem eu sou? Não te esqueças Izrail que eu a criei das sombras e para as sombras retornaras.
– Tu não me criaste e sabes bem disto. Como não criastes Lúcifer ou a ti mesmo. Eu sou filha da Origem e do Caos e tu não podes me desfazer em trevas, posto que eu seja a treva de todo o mundo.
A nevoa ficava cada vez mais densa ao passo que os céus escureceram em uma tempestade inerte, mas perigosa. Logo os céus se romperiam em ferro fogo, ódio e lágrimas em nome de Izrail.
O véu negro da morte estendeu-se por todo o chão e tocou o fogo que consumia as jovens, este se tornou azul como gelo e as almas “Purificadas” saíram do fogo em direção àquela que as protegia.
– Então Izrail, Malak al-Maut, se vieste apenas levar suas protegidas a teu reino, então parta daqui imediatamente. – Gabriel falava escondendo o temor que tinha frente a aquela que o comandou um dia.
– Calai-vos Gabriel, Anjo da Vida, eu não me ergui de meus domínios apenas para ver a cara pútrida de vós. Vim para mostrar o quanto estou aborrecida com o ato de seu Senhor e mostrar-lhe que escolhi um lado, o meu lado.
As chamas azuis aumentaram de intensidade à medida que as sombras as alimentavam, as fitas das roupas de Izrail também se incendiaram e com toda sua cólera, seu corpo, suas roupas e seus súditos incineraram todo o chão e céus. Tornando a cidade e seus habitantes uma capital do inferno, feita de fogo, lágrimas e gritos.
Os olhos do anjo encheram-se de ódio e furor, em frente aquela terrível criatura que se erguia diante de Deus e os desafiava destruindo a cidade em que começaram o grande plano divino da Inquisição.
O fogo consumia todo animal, mulher, criança ou homem. Todas as coisas tornavam-se cinzas, menos as almas, e os quatro imortais que se encaravam prestes a travar uma nova batalha que mudaria o destino de toda a humanidade.
Samael divertia-se apenas calado e assistindo a batalha mental que se desenrolava entre seu inimigo e sua antiga amante, como Izrail havia se tornado ainda mais bela e poderosa do que fora outrora? Era uma pergunta sem resposta em meio aos tantos outros mistérios daquela deusa em forma de mulher.
– Eu a dominarei e a destruirei, amante de Satã. – Por fim, Gabriel abandonou suas vestes eclesiásticas e retornou a sua forma angelical, com seu corpo alto e esguio, protegido pela tradicional armadura prateada com os símbolos em ouro e bronze de Celestia e dos Arcanjos.
O Anjo da Morte apenas estudou os entalhes na longa espada com entalhes azuis elétricos na mão de seu opositor, não pretendia mata-lo, mas sabia que não teria outra escolha se ele resolvesse ataca-la de uma maneira enérgica.
Gabriel não perdeu tempo, não podia dar-se ao luxo de brincar com o próprio anjo da morte e atacou Izrail com sua graça e táticas obtidas após eras e milênios de batalhas sangrentas pelo Reino dos Céus.
A primeira estocada do arcanjo foi facilmente detida pela espada negra de Izrail, apesar daquela não ser sua tradicional e lendária espada, ainda servia para uma luta justa em que inevitavelmente ela seria a vencedora. Mas por seu devaneio ser acertada pelo segundo golpe foi inevitável.
Ferida, a fúria de Izrail cresceu. Com sua espada atacou o flanco de Gabriel pela direita e depois furou onde deveria ser o coração. Caído o anjo a olhou com a fúria de mil anjos, lançando-a com seu poder em direção ao poste em chamas.
O fogo levantou-se e se arrastou como uma serpente em volta do arcanjo que gritava de dor e raiva, enquanto Deus apenas assistia a cena sem tomar partido.
– Senhor, porque me abandonaste? – Gabriel gritava já cansado e tomado pelo poder subjugador de Izrail.
– Porque é isso que ele costuma fazer pelos que se sacrificam por ele. Felizmente para você Gabriel, nós nos veremos de novo. – Com um aceno de mão, a serpente se dissipou, libertando o atônito anjo. – O mesmo digo de você, Samael, houve o tempo em que você fora o mais corajoso dos anjos, mas agora não passa de um covarde tão grande quanto Yahweh.
O demônio olhava para sua amante com a raiva comedida dos namorados, como ela poderia dizer algo assim dele?
– Ouçam o crepitar das chamas enquanto ela consome a cidade onde tudo começou, aqui será o Gênesis de uma nova batalha e o fim dela será o fim de um ou de todos nós. Escute, Yahweh, eu escolho o meu lado e você e Samael me verão no final dos tempos para a última Jihad
– Ouça Izrail, você não poderá contra mim. – Disse, por fim, Yahweh e sua voz encheu os céus e todos os universos.
– Então eu morrerei tentando e te arrastarei comigo ao mais baixo dos infernos.
Uma ventania avassalou a nevoa, as nuvens do céu e o fogo, extinguindo-os e levando Deus e seu guarda-costas. Restava apenas poeira, as trezentas almas da vila, a Morte e o Diabo, que logo se foi também deixando sua ex-amante e nova inimiga.
Izrail sorriu em meio à poeira e as cinzas daquela vila, acompanhada pelas quatro bruxas. Todas as cinco estavam livres da opressão divina, livres de todo o mal causado pela briga de poder entre Yahweh e seu opositor.
Um jovem de vinte anos tocou o mando da senhora dos mortos, queria saber o que seriam das pobres almas que foram incineradas pelas chamas azuis que cobriram toda a vila.
– Noli me tangere. – Não me toque. – Vocês gritaram pelo furor dos céus e a fúria de Deus para que as almas das bruxas fossem purificadas. Bem, então porque não gritam mais um pouco? Porque no meu reino, vós não entrareis.
Lágrimas e lamurias encheram a nevoa enquanto as almas que subiram do submundo desciam novamente com sua rainha. O sangue, o ferro, o fogo e as lágrimas haviam tomado a pequena vila e agora, os camponeses em vão gritavam a velha ladainha que aprenderam.
– Senhor, porque nos abandonaste?

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